visagens
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Visagens é uma série autoral em constante construção que surgiu como agrupamento em 2018, mas alguns dos elementos visuais já permeavam meu trabalho há muito tempo.
10. Relação de um artista com símbolos:
– Um artista cria seus próprios símbolos
– Os símbolos são a linguagem de um artista
– A linguagem deve então ser traduzida
– Às vezes é difícil encontrar a chave
Manifesto sobre a vida do artista; Marina Abramovic.
Confesso que não encontrei a chave — sigo sem pressa.
Antes de tudo foi um exercício diário repetido metodicamente: acordar cedo, preparar o café, sentar na mesa e desenhar; e cada nova folha era pregada na parede em frente.
Passei um tempo para me acostumar com eles, achava estranho, perdidos, e ao mesmo tempo me deixavam intrigado e pensativo. Mas seguia nesse exercício mesmo não sabendo o porquê nem pra quê.
Aos poucos ia se formando um diálogo, onde cada linha definia o próximo movimento e vice-versa. Nesse processo aprendi a aceitar e abrir mão do que acreditava ser um desenho “bom” ou “ruim” ou mesmo do sentido daquilo tudo.
Com o tempo comecei a editar, agrupar e modificar os desenhos, o que me levou a outros desdobramentos possíveis, como escrever sobre ( acho que pensar sobre desenho é desenhar também). E isso passou a fazer parte do processo.
Meu diálogo com o papel foi aos poucos se profundando e expandindo. Entraram na conversa outras pessoas, outros lugares, e a exposição dessas ideias tem me feito aprender e compreender novas nuances do trabalho, mesmo que eu ainda não entenda muita coisa.
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Um dos desdobramentos da séria é como TATTOO FLASH - como são conhecidas as folhas com desenhos prontos para serem tatuados, uma importante forma de disseminação do imaginário da tatuagem na modernidade.
Anualmente organizo os desenhos como Flash disponível para download em PDF, que você pode baixar, compartilhar e, claro, escolher sua tatuagem:
Como tatuagem os desenhos ganham novos contextos, formatos e significados. As formas fluem e se adaptam ao corpo., podendo ser modificadas, combinadas, recriadas e repetidas.
Um desenho que fiz em outro momento, encontra um corpo em movimento e dalí segue uma outra vida. A imagem deixa de ser o que pensei pra descobrir ela mesma o que ainda pode ser. E pode ser tanta coisa diferente quanto forem diferentes as pessoas que a carregam.
Gosto de ver como o mesmo desenho toma outra força no corpo, e em diferentes corpos, diferentes percepções também. E ainda que se repitam , nunca serão as mesmas.
